quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sol


«Os dados monitorizados em quatro meses desmentem as conclusões do estudo do ACP» , afirmou António Costa durante a reunião pública do executivo municipal, em que o novo conceito de mobilidade na frente ribeirinha foi aprovado.
«Empiricamente também comprovamos que houve alterações no trânsito de outras zonas da cidade mas a interpretação do departamento de tráfego é de que se devem sobretudo a uma alteração no sistema de semaforização da cidade» , argumentou.
Essas alterações aumentaram os tempos dos semáforos para peões, um aumento que foi acrescido também do aumento do tempo de segurança, que medeia a abertura dos sinais para peões e automóveis.
Esses tempos serão ajustados para minimizar a demora a que os automóveis estão a ser sujeitos, acrescentou.
A monitorização feita pelo departamento de tráfego decorreu nos últimos quatro meses em que, devido às obras que decorrem no Terreiro do Paço, o trânsito na zona esteve sujeito a condicionamentos.
O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, tem vindo a manifestar intenção de interpor uma providência cautelar para impedir a concretização do plano de mobilidade para a Baixa.
O ACP encomendou um estudo ao Professor de Urbanismo e Transportes do Instituto Superior Técnico Fernando Nunes da Silva, que concluiu que o plano proposto pela Câmara terá «consequências muito gravosas», sobrecarregando as áreas envolventes à Baixa.
Segundo o estudo, divulgado em Janeiro, a concretização do condicionamento proposto pela Câmara «iria ter consequências muito gravosas, tanto no que se refere à circulação na Baixa/Chiado, como na própria Avenida Infante D. Henrique e Avenida da Ribeira das Naus, onde os congestionamentos de tráfego entre Santa Apolónia e o Cais do Sodré passariam a ser uma constante».
As alterações propostas introduzem «fortes impactes negativos nos acessos às colinas adjacentes à Baixa, com particular realce para a zona do Chiado e para a zona servida pela Rua da Madalena (Castelo de S. Jorge/Graça)», concluiu o estudo.
Tanto António Costa como o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado (PS), defenderam hoje os benefícios de terminar com o «tráfego de atravessamento da Baixa», um conceito que é reflectido no estudo prévio para a requalificação do Terreiro do Paço, do arquitecto Bruno Soares. «Pela primeira vez, a engenharia de tráfego está subjugada ao interesse do peão. Temos que partir para o resto da cidade com esta atitude» , afirmou Manuel Salgado aos jornalistas