domingo, 4 de abril de 2010

Censura do Governo Português no jornal Liberation?


Alertado por um comentador fui ver a edição do jornal francês "Liberation" , de 18 de Março de 2010, que o Expresso disse não ter saído em Portugal por motivos de impressão.
Afinal tem um artigo demolidor para José Sócrates.
Veja aqui:
http://www.liberation.fr/monde/0101625174-jose-s-crates-le-portugais-ensable
Começa agora a perceber-se porque razão aparece na comunicação social o "caso dos submarinos" neste momento.
Caso que está mais que requentado, até na Justiça Portuguesa, pois o Mº Pº já acusou vários individuos no caso das contrapartidas.
O caso aparece agora para tentar apagar as más notícias no estrangeiro em relação a Sócrates.
E porque o 1º submarino será entregue em Maio e Espanha não quer.
Então mais uma manobra dos socialistas para lançar poeira, quando afinal foi o Governo do PS de Guterres que avançou com o concurso..
Claro que, sejam quem forem os corruptos, devem ser presos, mas o que as forças socialistas querem é tentar travar os inquéritos parlamentares e condicionar o PSD. Nâo lhes interessa prisões.
Querem apenas manobrar
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josé maria martins: Censura do Governo Português no jornal Liberation?

Eis aqui a tradução do que tanto amedrontou Sócrates... que até se "avariaram" as rotativas do "Libération":
José Sócrates, o Português assoreado
Nada está trabalhando a favor do primeiro-ministro socialista, cujo nome está associado a casos de corrupção, num contexto de crise económica grave.(Por FRANÇOIS MUSSEAU envoyé spécial à Lisbonne)
A inimizade de boa parte dos média, a crise política que se transforma num impasse institucional, uma situação social explosiva, um desastre económico obrigado a medidas drásticas a curto prazo ... Como se isso não bastasse, o impetuoso José Sócrates (fracamente reeleito nas legislativas de Setembro de 2009) tem agora de enfrentar uma revolta do Parlamento que poderia forçá-lo a demitir-se ou a chamar a família política para encontrar um sucessor socialista como chefe de governo. Começa hoje em Lisboa o trabalho de uma comissão parlamentar de inquérito que, pela primeira vez desde o fim da ditadura de Salazar, envolve diretamente um Primeiro-Ministro. E vai forçá-lo a aparecer fisicamente, ou melhor por escrito. "Portugal é um barco bêbado, onde o capitão é o suspeito maior de toda a tripulação", desferiu um colunista do canal privado SIC.
Segundo os economistas de todos os países europeus sobre a banca "," Portugal é certamente o elo mais fraco. Ainda mais do que a Grécia, o pequeno país ibérico sofre com problemas estruturais, as exportações a meia haste, um registo da dívida externa e um défice de 9,3%. Bruxelas espera de Lisboa que as medidas concretas a respeito do “plano de austeridade "ao qual José Sócrates se comprometeu. Mas estas medidas, que prometem ser duríssimas, são esperadas ... Especialmente quando José Sócrates está ainda mais enfraquecido pelos seus problemas político-judiciais.
"Reformador". Isto é muito parecido com um julgamento político supostamente ligado a um caso de intervencionismo. Durante dois meses, um grupo de deputados vai tentar lançar luz sobre o papel desempenhado por José Sócrates na tentativa da gigante Portugal Telecom (PT, controlada pelo governo socialista) para comprar a televisão TVI, hostil ao governo. Trata-se de saber se o líder socialista tem manobrado para colocar a cadeia de TV sob seu jugo. Em junho de 2009, perante o Parlamento, Sócrates tinha solenemente negado o conhecimento de tais negociações. Se este inquérito, que vai ouvir dezenas de testemunhas, provar que o primeiro-ministro mentiu, os dias de quem prometeu "transformar Portugal em Profundidade" estarão contados.
"Embora tenha sido uma parte da solução para o país, Sócrates é agora parte do problema", diz José Manuel Fernandes, ex-editor do diário de referência Público, cuja demissão é devida a relações tensas com o líder socialista. Como muitos outros críticos, Fernandes reconhece que o tonitroante Sócrates foi, no início de seu primeiro mandato - 2005-2007 - um chefe de governo corajoso, que baixou um enorme déficit para 3% (novamente hoje cerca de 10%), reformou o sistema previdenciário (idade e tempo de avaliação aumentada), aumento das receitas fiscais, criou 150 000 postos de trabalho, limpa na gestão de topo ... "Um bom equilíbrio entre pró-reforma, que tem mantido uma garantia para a esquerda e direita, "disse o analista político Manuel Villaverde Cabral. Ele deslocou um monte de gente em lugares altos, que agora são outros tantos inimigos. "Mas se José Sócrates é tão contestado, é também porque a sua carreira é marcada por sombras e atividades suspeitas”.
Milan Kem-Dera