Václav Klaus, em dois dias consecutivos, criticou o desequilíbrio das contas públicas portuguesas e chegou mesmo a questionar a falta de "nervosismo" de Portugal perante "um défice de oito por cento".
Num encontro com os jornalistas, num hotel no centro de Praga, ontem à tarde, o Presidente português ainda tentou fugir às perguntas sobre o assunto - experimentou falar sobre o índice de destruição da capital checa durante a II Guerra Mundial, por exemplo -, mas, perante a insistência dos media, acabou por replicar as afirmações que Klaus tinha feito na manhã de ontem. Diante de mais de uma centena de empresários checos e portugueses, reunidos num fórum económico organizado para promover parcerias comerciais, o Presidente checo declarou-se "surpreendido por Portugal não estar nervoso por ter um défice de oito por cento". O tom era irónico. E manteve-se: "É uma história interessante. Espero que não estejam aqui jornalistas. Não digam a ninguém que têm um défice maior do que o nosso [a previsão para este ano é de 5,3 por cento]."
O Presidente quebrou assim um silêncio de dois dias sobre o défice público português, tema das "provocações" de Klaus. Mas logo a seguir tentou mitigar o contra-ataque, notando que não se deve "extrapolar as posições económicas e financeiras" do Presidente checo "para as relações entre Portugal e a República Checa". "Não vão por esse caminho", disse aos jornalistas, "porque não é esse o sentimento". Já antes, Cavaco tinha ensaiado uma fuga ao confronto com Václav Klaus, dizendo que este"não se referia apenas a Portugal" quando abordou o tema do défice público. "A sua observação foi geral. Há muitos países da União Europeia com défices superiores ao de Portugal", disse, sublinhando que a aprovação do PEC serviu para "separar claramente Portugal da Grécia". Não foram apenas as acutilantes declarações de Klaus sobre o défice nacional que dominaram esta visita de Estado à República Checa. Também o seu conhecido eurocepticismo marcou a estadia de Cavaco em Praga, com Klaus a reiterar as suas críticas ao Tratado de Lisboa e ao consequente aumento do "défice democrático". PUBLICO.PT
Num encontro com os jornalistas, num hotel no centro de Praga, ontem à tarde, o Presidente português ainda tentou fugir às perguntas sobre o assunto - experimentou falar sobre o índice de destruição da capital checa durante a II Guerra Mundial, por exemplo -, mas, perante a insistência dos media, acabou por replicar as afirmações que Klaus tinha feito na manhã de ontem. Diante de mais de uma centena de empresários checos e portugueses, reunidos num fórum económico organizado para promover parcerias comerciais, o Presidente checo declarou-se "surpreendido por Portugal não estar nervoso por ter um défice de oito por cento". O tom era irónico. E manteve-se: "É uma história interessante. Espero que não estejam aqui jornalistas. Não digam a ninguém que têm um défice maior do que o nosso [a previsão para este ano é de 5,3 por cento]."
O Presidente quebrou assim um silêncio de dois dias sobre o défice público português, tema das "provocações" de Klaus. Mas logo a seguir tentou mitigar o contra-ataque, notando que não se deve "extrapolar as posições económicas e financeiras" do Presidente checo "para as relações entre Portugal e a República Checa". "Não vão por esse caminho", disse aos jornalistas, "porque não é esse o sentimento". Já antes, Cavaco tinha ensaiado uma fuga ao confronto com Václav Klaus, dizendo que este"não se referia apenas a Portugal" quando abordou o tema do défice público. "A sua observação foi geral. Há muitos países da União Europeia com défices superiores ao de Portugal", disse, sublinhando que a aprovação do PEC serviu para "separar claramente Portugal da Grécia". Não foram apenas as acutilantes declarações de Klaus sobre o défice nacional que dominaram esta visita de Estado à República Checa. Também o seu conhecido eurocepticismo marcou a estadia de Cavaco em Praga, com Klaus a reiterar as suas críticas ao Tratado de Lisboa e ao consequente aumento do "défice democrático". PUBLICO.PT