segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Peste pneumónica na China


Um surto de peste pneumónica, doença provocada pela bactéria Yersinia pestis, levou ao isolamento pelas autoridades de saúde de uma localidade no noroeste da China, chamada Ziketan, de maioria tibetana, com dez mil habitantes.
Há já dois casos mortais registados.

Segundo a BBC, as autoridades, que já tinham dado conta do primeiro caso mortal no fim-de-semana, estão agora a tentar detectar todos os que contactaram com este segundo indivíduo, para tentar controlar a epidemia. Existem dez casos de pessoas doentes devido a esta bactéria. O isolamento da localidade vai manter-se."
Jaime Ninna, médico e coordenador do departamento de doenças infecciosas do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge refere o alto nível de mortalidade da doença: “É uma doença grave, se não for tratada, uma em cada duas pessoas acaba por morrer”. E o especialista explica ainda que tudo começa com uma picada de pulga, vector da doença entre roedores e o homem, responsável pela transmissão da primeira fase desta peste, a que se chama peste bubónica: “O bacilo instala-se no gânglio linfático da virilha, se a picada da pulga for na perna, ou de uma axila, se a picada for na mão ou no braço.”O gânglio incha, a que se dá o nome de bubão, e daí o nome da peste bubónica. “Muitas vezes o gânglio não consegue suster a capacidade invasiva da bactéria e espalha-se pelo sangue, fase a que se dá o nome de septicemia. Pode-se então alojar no pulmão, provocando uma pneumonia, ou seja, a peste pneumónica”, diz o especialista, frisando que, “provavelmente o primeiro caso foi de peste bubónica”. Se a pessoa morrer antes de contrair a pneumonia, a peste bubónica morre com ela, afectando apenas o indivíduo. Mas é quando se desenvolve a pneumonia que o contágio entre indivíduos ocorre por inalação de partículas de respiração entre o indivíduo contaminado e os restantes.
“A peste está a ser muito estudada porque é um elemento importante quando se fala em guerra biológica. A bactéria só pode ser cultivada em laboratório de segurança máxima, nível quatro”.
PUBLICO.PT
Em 1918 eclodiu uma devastadora gripe pneumónica, que rapidamente se tornou planetária. Esta pandemia foi das piores da História da humanidade: em 14 meses tirou a vida a c. de 40 milhões de pessoas, mais do dobro dos vitimados da I Guerra Mundial e c. de 1/3 da mortandade causada pela peste em 6 séculos. O médico Ricardo Jorge chamou-lhe então o "maior flagelo epidémico dos tempos modernos". Em Portugal levou entre 70 a 100 mil vidas.