A entrevista de José Sócrates a Miguel Sousa Tavares ontem na SIC, a primeira depois do caso do alegado esquema para controlo dos media, não esclareceu nada em relação à polémica. Apesar de as perguntas lhe terem sido feitas, o primeiro-ministro refugiou-se na defesa que elaborou desde o início e que já antes usara para o Freeport: além da indignação pelas fugas ao segredo de justiça, repetiu que o seu nome foi usado indevidamente.
Ou seja, Sócrates decidiu que não tem de dar mais explicações. Nem justificar porque não responsabilizou de imediato quem abusou do seu nome e da sua amizade, quer nas escutas em que é citado no falhado negócio PT/TVI, quer no apoio que Luís Figo lhe deu em plena campanha eleitoral.
A intenção é óbvia: o primeiro-ministro quer que quem o acusa apresente provas. Se tal não acontecer, da sua boca não sairá mais nenhuma justificação, nem se o assunto o levar a sede de comissão parlamentar. Porque acredita que o tempo e as falhas da investigação jogam a ser favor. E ele está empenhado nessa corrida de fundo, que percorre entre dois obstáculos paralelos: as investigações da justiça e a recuperação da crise.
Se as investigações judiciais provarem o seu envolvimento directo nas polémicas que vieram a público (o primeiro a fechar será o Freeport), ficará sem condições para se manter no Governo ainda antes do Verão. Caso contrário, evitará o confronto e colar-se-á à forma positiva como Portugal parece estar a sair da crise: se a sociedade civil, os empresários e os investidores o apoiarem, levará o debate até às presidenciais e aí os números da economia falarão por si.
É uma estratégia. Mas a divulgação de contradições sucessivas não está só a provocar um visível desgaste político a este Governo. Está a deixar o País mergulhado num ambiente cada vez mais inviável. E se isso continuar, Cavaco Silva poderá ver--se forçado a avaliar e decidir sem fazer cálculos políticos. in A estratégia de José Sócrates - Opinião - DN
Ou seja, Sócrates decidiu que não tem de dar mais explicações. Nem justificar porque não responsabilizou de imediato quem abusou do seu nome e da sua amizade, quer nas escutas em que é citado no falhado negócio PT/TVI, quer no apoio que Luís Figo lhe deu em plena campanha eleitoral.
A intenção é óbvia: o primeiro-ministro quer que quem o acusa apresente provas. Se tal não acontecer, da sua boca não sairá mais nenhuma justificação, nem se o assunto o levar a sede de comissão parlamentar. Porque acredita que o tempo e as falhas da investigação jogam a ser favor. E ele está empenhado nessa corrida de fundo, que percorre entre dois obstáculos paralelos: as investigações da justiça e a recuperação da crise.
Se as investigações judiciais provarem o seu envolvimento directo nas polémicas que vieram a público (o primeiro a fechar será o Freeport), ficará sem condições para se manter no Governo ainda antes do Verão. Caso contrário, evitará o confronto e colar-se-á à forma positiva como Portugal parece estar a sair da crise: se a sociedade civil, os empresários e os investidores o apoiarem, levará o debate até às presidenciais e aí os números da economia falarão por si.
É uma estratégia. Mas a divulgação de contradições sucessivas não está só a provocar um visível desgaste político a este Governo. Está a deixar o País mergulhado num ambiente cada vez mais inviável. E se isso continuar, Cavaco Silva poderá ver--se forçado a avaliar e decidir sem fazer cálculos políticos. in A estratégia de José Sócrates - Opinião - DN